O que eu faço?
O que sou?
Eu sempre encontrei prazer na lei,
Constituições, embargos, agravos e petições.
Agora eu me deparo com esse mundo,
Uma vontade de escrever,
Mas o quê, pra quê e por quê?
Queria achar um sentido.
Será que meu mundo é feito de tinta?
Porque me entendo tão bem com uma esferográfica?
O que é esse desejo?
Estou completamente perdido.
Só sei que isso me sufoca!
Se estas palavras não forem grafadas,
Meu ar me abandona
Minha garganta se fecha.
Parece-me que só assim respiro,
A cada letra eu inspiro e expiro,
As estrofes são as batidas de meu coração,
O poema é a minha vida.
Não sei, se algum fruto terá.
Se prêmio poderá ganhar,
Tudo o que sei é
Que se não escrever,
O fio de minha vida,
Irá se cortar.
Belfort